Sou Anchura Mangido, tenho 22 anos de idade e sou natural de Pemba, do bairro Marriganha. Comecei sendo voluntária, sendo assistente da secretaria no bairro Marriganha e através de um cartaz que havia sido colocado na sede, tive o conhecimento do projeto Yopipila, que achei muito interessante. Procurei então saber os procedimentos, me inscrevi, passei por uma ronda de selecções, felizmente foi aprovada e daí comecei a participação nos treinamentos do Yopipila.
No início o que me despertou a curiosidade foi o nome, Yopipila, que ressoava com a minha língua e para além disso, o termo inovação me inspirou muito. A princípio achei que não iria aprender muito coisa, mas acabei por aprender habilidades para a vida, auto-conhecimento, tecnologias verdes e percebi que precisava de uma organização pessoal. Assim passei a organizar o meu dia para um futuro melhor. Depois de graduar no Yopipila voltei então a ser assistente na secretaria do bairro, até que tempos depois fui contactada para participar duma entrevista e ser co-facilitadora do centro Yopipila. Quando soube que fui apurada, senti-me muito feliz, porque sempre sonhei em estar nesta posição. Mas não basta sonhar temos de correr atrás, e isto fez-me sentir que sou capaz. Actualmente no Yopipila sou co-facilitadora, participo nas formações dos novos jovens, acompanho individualmente o progresso dos participantes ao longo das semanas e fazemos as inscrições para os beneficiários que querem passar para o próximo ciclo.
Estar neste lugar para mim é muito importante, porque antigamente eu era uma beneficiária e agora tenho uma missão muito importante de ensinar aos jovens, como comportar-se no dia à dia, ressaltar a importância das responsabilidades dos jovens fazerem parte da acção e também inspira-los para que um dia eles também sejam facilitadores ou irem mais além.
Quero inspirar jovens, especialmente as mulheres muçulmanas, para mostrar que podemos ser mais, que podemos merecer mais! Se pudesse dizer algo aos jovens de agora, diria que todos são capazes, mas que não basta sentar e esperar. Ao invés de serem persuadidos por um caminho “fácil”, devem olhar para as oportunidades boas, serem fortes, pacientes e buscar sempre o melhor para um futuro melhor.